
O’Reilly Media torna-se o principal responsável pelo aparecimento do termo Web 2.0, que a Internet coloca à disposição dos seus utilizadores através de um conjunto de serviços que enfatizam a participação dos internautas na colaboração e partilha de informação.
A Web 2.0 coloca à disposição dos internautas serviços / ferramentas como:
- GoogleDocso
- Mashups
- Wikis
- Blogs
Para Tim O’Reilly tais serviços têm por objectivo:
- tornar a World Wide Web numa plataforma de trabalho;
- fortalecer a inteligência colectiva;
- promover a gestão das bases de dados como competências básicas;
- contribuir para fim do ciclo das actualizações de software ;
- promover a união entre os modelos de programação e a busca de;
- simplicidade;
- não limitar o software a um só dispositivo;
- contribuir para o enriquecimento das experiências dos internautas
Os utilizadores da web terão assim à sua disposição um ambiente on-line mais dinâmico, no qual poderão organizar os conteúdos de forma activa, deixando de ser meros receptores. Actualmente já muitos sites utilizam as ferramentas disponibilizadas pela Web 2.0.
A polémica gerada em volta do conceito Web 2.0 leva muitos autores do meio a questionarem-se sobre o termo. Segundo Cristobal Cobo Romaní e Hugo Kuklinski, autores do livro Planeta Web 2.0, a virtude da noção utilizada prende-se com a sua capacidade de descrever com precisão e síntese um tipo de tecnologia e os produtos que dela derivam.
Foi, sobretudo, com o aparecimento dos blogs e da Wikipedia que a web sofreu as primeiras grandes alterações, as quais geraram bases para uma escrita colaborativa
O formato inicial da web era bastante limitativo, no que concerne à troca de informações, uma vez que o espaço de publicação de conteúdos era reduzido, sem que pudesse existir uma participação aberta e principalmente gratuita por parte do internauta. A nova web surgiu em parte para colmatar as dificuldades de publicação de conteúdos. Assim sendo, esta poderá tornar-se, a médio ou até mesmo a curto prazo, uma plataforma onde se podem alojar e actualizar com frequência vários conteúdos, como por exemplo softwares gratuitos e legais. Estes conteúdos disponibilizados podem passar a existir na web em vez de se encontrarem no computador do utilizador.
O conceito Web 2.0 gira em torno de vários termos entre os quais se pode destacar o de “inteligência colectiva”. A nova web revoluciona desta forma a participação dos internautas na Internet, que passam a colaborar activamente na publicação de conteúdos on-line. Para Tim O’Reilly as plataformas da web que funcionam com base no termo “inteligência colectiva”, como é o caso da wikipedia, são “uma experiência radical de confiança”, uma vez que qualquer utilizador pode publicar definições ou informações e qualquer outro utilizador pode corrigi-lo. Nesse processo a comunidade de internautas tem um importante papel, na medida em que cabe à comunidade determinar os conteúdos com relevância. A web passa a promover a expansão do saber, através do intercâmbio de experiencias dos seus utilizadores.
Este princípio da web 2.0 levanta ainda um conjunto de questões sobre a segurança e a credibilidade das informações, visto não existirem filtros nas entradas dos conteúdos.
A Web 2.0, com todas as transformações que introduziu na Interne, é responsável pelo enriquecimento das experiências dos internautas. Os conteúdos deixaram de ser meramente textuais e estáticos, passando a ser interactivos, dinâmicos e com uma componente bastante participativa. A alteração na apresentação de conteúdos on-line permitiu a criação de interfaces mais atractivos, de fácil criação e produção que podem ser facilmente personalizados, como é o caso dos blogs, e que se tornaram rapidamente populares.
Os autores do livro Planeta Web 2.0 consideram que “a web 2.0 deve ser vista como uma configuração a três vértices: tecnologia, comunidade e negócio”, nesta perspectiva a Internet contribuirá para o enriquecimento da experiência dos internautas. Isto porque, a tecnologia aliada aos restantes vértices permitirá que os indivíduos aperfeiçoem as interacções com a comunidade on-line e tirem daí grande partido, nomeadamente no que diz respeito à troca de informações. Por outro lado a tecnologia e o seu constante desenvolvimento permite ainda explorar na Internet a vertente relacionada com os negócios. Os indivíduos e as empresas podem realizar, através da web, um vasto conjunto de trocas comerciais, de transacções financeiras e fortalecer os seus contactos quer com os colaboradores, quer com o público. É necessário salientar, que o desenvolvimento da Web 2.0 não é exclusivamente tecnológico, como muitos pensarão, mas tem uma complexa componente social. Assim sendo poder-se-á afirmar que a Web 2.0 não cria colaborações entre as pessoas, mas facilita o intercâmbio e a interacção entre os indivíduos.
A Web 2.0 promove valores de entreajuda, cooperação e trabalho de equipa, pois só desta forma se podem construir comunidades interactivas através de melhores, mais simples e enriquecidos canais de comunicação. A interactividade promovida pela Web 2.0 permitirá “construir um cérebro digital planetário” (Romaní Cristobal, Planeta Web 2.0) tendo sempre presente que a união das inteligências planetárias é importante na medida que enriquece as inteligências individuais.
A exponencial quantidade de informação que circula em rede cria a necessidade de criação de ferramentas orientadas para uma melhor busca e organização da informação.
As vantagens da web 2.0 apresentadas ao longo do texto são incontornáveis, no entanto muitos especialistas criticam este novo conceito, pois consideram que as desvantagens por ele introduzidas são extremamente prejudiciais para a Internet e para as comunidades. Dos inconvenientes que a nova plataforma web apresenta, destacam-se os seguintes:
- O aparecimento de novas tecnologias ligadas à Web 2.0 provoca comparações desonestas e interesses por parte das empresas, que procuram impedir a todo o custo que a concorrência, com tecnologias mais económicas e eficientes, se apodere do mercado.
- A evolução da tecnologia e do software ligados à Web 2.0 promove uma marginalização socio-económica dos indivíduos que não têm capacidade para se adaptar e aprender as Novas aplicações.
- Amadores e charlatães podem com grande facilidade promover uma escrita colaborativa, contribuindo para a disseminação de informações falaciosas.
- Os jovens que tem uma alfabetização digital, predominantemente dos países desenvolvidos, constituem audiências voláteis, sem respeito pelos direitos de autor e sem permeabilidade para receber publicidade intrusiva
- Por outro lado os jovens, geralmente dos países em desenvolvimento, que não têm acesso às novas tecnologias da web sofrem de “infoexclusão”
- A existência de uma exponencial quantidade de informação on-line, sem qualidade e de pouca confiança, faz com que os internautas acabem por não estar informados, devido à dificuldade de seleccionar as informações pertinentes e importantes.
A evolução da web 2.0 só agora teve início, por esse motivo os estudos realizados os mapas de interacções apresentados por muitos autores rapidamente podem ficar desactualizados, visto a web ser um meio volátil, as aplicações digitais e as interacções estabelecidas pelos utilizadores alteram-se permanentemente.
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