terça-feira, 2 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Voluntariado: “Sinto-me fruto dessas experiências”



“Já pude viver diversas situações que me marcaram profundamente”, confessa Paulo Pinto acerca do voluntariado.
O professor do Colégio do Rosário, no Porto, encontra-se, desde a sua juventude, ligado ao voluntariado e, actualmente, integra a direcção da
ALADI - Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual.

Das muitas experiências de voluntariado que viveu, foram vários os que puderam contar com a sua ajuda, desde crianças, sem-abrigo a pessoas com deficiências. Como pessoa, Paulo sente-se “fruto dessas experiências” e admite que “seria hipócrita se dissesse que não ganho com as pessoas que ajudo”.

Ao estar envolvido em projectos de ajuda, Paulo ganha alegria e satisfação, sobretudo na partilha com os que mais precisam. Os sentimentos que invadem o voluntário nem sempre são positivos, muitas vezes sente-se triste e impotente. Lamenta nem sempre conseguir fazer mais e melhor pelas pessoas que nele vêm uma esperança.

É com nostalgia que recorda a visita que fez ao Brasil. No Verão de 2000, Paulo e a esposa Cláudia partiram em missão com um grupo de portugueses. Ambos abraçaram o projecto de acompanhar os sem-abrigo da cidade de S. Paulo.

O professor lembra-se particularmente de, em conjunto com o seu grupo de voluntários, ir com um carrinho de mão à feira da cidade, para recolher alimentos. No início, o grupo sentia receio da reacção das pessoas, mas, com o passar dos dias, perdeu a vergonha e descobriu ajuda em muitos imigrantes portugueses.

Com grandes sacos do lixo, recolhiam os donativos e muitas vezes tentavam aproveitar frutos e legumes que, por estarem muito maduros, eram deitados ao lixo. Apesar do esforço diário que faziam, Paulo sabia que, se não conseguissem nada, “o almoço do dia seguinte estaria comprometido”. Com o contributo dos voluntários, era preparada uma simples refeição.

Paulo ficou, particularmente, impressionado ao descobrir que aquela pequena refeição era o único alimento diário de centenas de pessoas.

É com bastante esforço que o professor consegue conciliar a vida profissional com o voluntariado. Ele confessa que “os afazeres profissionais não deixam tempo necessário para realizar tudo o que gostaria”. Mesmo assim, o membro da ALADI diz que, enquanto se sentir útil às pessoas, irá desempenhar o seu papel social com responsabilidade e carinho.

ALADI - Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual


A ALADI é fruto da necessidade de pais que se viram confrontados com a enorme dificuldade de lidar com filhos portadores de deficiência.
Há 21 anos, uniram-se as vontades do pároco, dos responsáveis políticos e da comunidade de Lavra em volta deste projecto. Desta união surgiu o primeiro edifício, construído em terreno da Junta de Freguesia, que posteriormente foi ampliado.
Actualmente, a ALADI acolhe 32 utentes em regime de lar residencial e 60 em Centro de Actividades Ocupacionais.

Paulo Pinto é sócio da instituição há oito anos. Este ano, quando convidado a integrar a nova direcção da ALADI, aceitou de imediato. Fê-lo por acreditar que “todos temos a responsabilidade moral de apoiar os que, pelas circunstâncias da vida, não tiveram ou não têm as mesmas possibilidades que nós”.

A ALADI tem por objectivo primordial contribuir para o bem-estar físico, emocional e social dos seus utentes, mas também dar apoio às famílias com dificuldades em cuidar dos seus familiares deficientes. Para cumprir estes objectivos, a instituição lavrense promove um conjunto de actividades como a olaria, a culinária, a natação e a hipoterapia, entre outras.

A direcção da ALADI conta com a ajuda de 60 funcionários para levar a cabo o novo programa de acção da associação. Paulo Pinto esclarece que, devido à incapacidade dos utentes e à especificidade do trabalho desenvolvido, “o rácio entre os utentes e funcionários é, aproximadamente, de um para um”.

A associação pode ainda contar com o apoio e a ajuda de amigos e de entidades públicas e privadas. Apesar de os utentes pagarem uma mensalidade, de acordo com os rendimentos familiares, a Segurança Social comparticipa nos encargos.

Face às avultadas despesas, a direcção procura promover um conjunto diversificado de actividades para angariação de fundos.

Até ao dia 21 de Dezembro, decorrerá uma venda de Natal que, segundo o membro da ALADI, “está aberta a acolher todos aqueles que queiram ajudar”.

Paulo Pinto diz que, apesar de pertencer há muitos anos à instituição, só recentemente teve verdadeira consciência das limitações dos utentes. O professor voluntário confessa que ver os rostos e os olhares dos utentes o levaram à comoção. “É por todos eles que quero continuar”, desabafa.

Programa da ALADI

O programa de acção da ALADI conta com os seguintes objectivos:

  • Melhorar o apoio aos utentes;
  • Criar uma sala de relaxamento;
  • Instalar um sistema de incêndios;
  • Incrementar a formação profissional;
  • Certificar os serviços;
  • Alargamento do lar (aumentar a capacidade de 32 para 60);
  • Apostar na eficiência energética;
  • Construir uma piscina de água salgada;
  • Apostar na solidez financeira;
  • Promover a associação através de um site.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ciberjornalismo



Não existe uma definição única para explicar o que é o ciberjornalismo, assim como não há um consenso entre os autores que estudam a mais recente vertente do jornalismo.
Existem várias definições de especialistas internacionais sobre o ciberjornalismo, nomeadamente, de Kawamoto, Deuze e Eric Meyer, entre muitos outros. No plano nacional vários jornalistas e professores universitários procuraram definir o ciberjornalismo, dos quais é importante destacar Hélder Bastos, pioneiro do ciberjornalismo português.
Passo a citar os vários autores mencionados, nas suas definições sobre ciberjornalismo.
Kawamoto considera o ciberjornalismo como o jornalismo que faz “uso de tecnologias digitais para pesquisar, produzir e distribuir (ou tornar acessível) notícias e informações a uma audiência crescente versada em comutadores”. O autor considera que esta e outras definições não são estáticas, movimentando-se, obrigatoriamente, com o desenvolvimento tecnológico e com as mudanças do conceito de jornalismo.
Deuze defende que o ciberjornalismo é diferente dos outros tipos, e que é o quarto género do jornalismo, próximo da imprensa, da radio e da televisão. O ciberjornalismo pode ser diferenciado dos outros géneros, em parte, devido à sua componente tecnológica, mas pode ainda ser assemelhado a todos eles por abranger e integrar características próprias dos restantes tipos de jornalismo.
Eric Meyer na definição de ciberjornalismo apresenta as que considera serem as dimensões-chave do novo género do jornalismo. Para o autor “a profundidade, o alcance e a interacção” são três aspectos que “servirão os leitores de forma mais significativa que quaisquer aspectos formais da apresentação das notícias”.
Hélder Bastos considera, em termos gerais, que o ciberjornalismo ou jornalismo online, é “produzido para publicações na Web por profissionais destacados para trabalhar, em exclusivo, nessas mesmas publicações”. O autor distingue o jornalismo online do jornalismo impresso, radiofónico e televisivo devido à sua “componente tecnológica enquanto factor determinante em termos de uma definição operacional”.
Após as várias definições apresentadas constata-se que o conceito de ciberjornalismo gira em torno da disponibilização online de formatos jornalísticos, ou seja, da utilização da Internet para a prática do jornalismo.
A Internet devido às suas características e às suas infinitas potencialidades é um espaço “privilegiado para a afirmação do ciberjornalismo” (Hélder Bastos, Ciberjornalismo e Narrativa Hipermédia). Para além das capacidades dos media tradicionais (texto, imagem, gráficos, animação, áudio, vídeo, distribuição em tempo real), a Internet proporciona novas potencialidades como:
  • multimedialidade;
  • interactividade (entre os jornalistas e o público);
  • hipertextualidade (utilização de links que remetem para outros artigos, sons, imagens, etc.);
  • acesso on-demand;
  • controlo por parte do utilizador;
  • personalização de conteúdos;
  • actualização noticiosa instantânea e continua (altera-se o conceito tradicional de “dead line” para que haja uma actualização de segundo a segundo);
  • acesso global à informação;
  • narrativa hipermedia (integração de vídeo, som e gráficos no sistema de armazenamento e manipulação dos conteúdos informativos);
  • armazenamento da informação em bases de dados;
  • reportagem instantânea.
O ciberjornalismo, ao englobar num único meio de comunicação todos os outros, necessita que seja criada e desenvolvida uma maneira própria de planeamento e organização (novas rotinas jornalísticas) e, ainda, um novo tipo de linguagem discursiva, adaptada às necessidades dos internautas/público.
A nova linguagem utilizada pelo ciberjornalismo, em parte devido às potencialidades mencionadas, apresenta-se como atractiva, curta, concisa, clara e objectiva, podendo proporcionar diferentes leituras aos diferentes internautas.
Quanto ao tipo de escrita do jornalismo online e à sua relação com os internautas, Beatriz Ribasi considera que “a Web tem espaço ilimitado, mas os leitores têm atenção limitada. Atentar para as características específicas do meio e para suas potencialidades pode contribuir para a elaboração de estratégias de persuasão e construções criativas e interessante da narrativa, de modo a prender a atenção do utilizador”. A autora defende que os jornalistas se encontram perante um grande desafio ao “conceber um sistema de informação consistente para a Web e que aproveite as potencialidades da Rede, oferecendo ao público um produto webjornalístico de terceira geração”.
O jornalismo online oferece aos ciberjornalistas e aos meios de comunicação um conjunto infinito de potencialidades e benefícios. No entanto a inexistência de regras e leis claras, que regulem a prática jornalística na Web, pode levantar questões sem precedentes, originadas pela natureza do meio, e criar vários problemas éticos. Apesar de existir “um património comum de valores e standards partilhados por jornalistas e ciberjornalistas” (Helder Bastos), criar e seguir normas de carácter ético e legal é um dos desafios que o ciberjornalismo tem, obrigatoriamente, de enfrentar.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

JAC – Jornalismo Assistido por Computador



O desenvolvimento tecnológico está intimamente relacionado com o jornalismo e teve, ao longo da história, várias repercussões para a actividade. A natureza da produção industrial do jornal direccionado para as massas, durante a Revolução Industrial do século XIX, comprova a afinidade entre a tecnologia e o jornalismo.


As novas tecnologias, das quais se destaca o computador, foram e são responsáveis por inovações e alterações na prática jornalística, quer na recolha de informação, quer no tratamento e difusão das notícias.


As novas tecnologias aplicadas ao jornalismo deram origem à noção de CAJ - Computer Assisted Journalism, que em português se designa de JAC – Jornalismo Assistido por Computador.


O computador revolucionou por completo as práticas dos jornalistas e do jornalismo, sendo responsável por uma maior celeridade na elaboração das notícias.


Esta tecnologia simplificou vários processos, nomeadamente o processamento de texto, a sua correcção e o seu armazenamento. Devido ao computador é-nos, agora, possível escrever um texto e emendá-lo sem reescrever o trabalho de raiz. Pode-se, ainda, guardar os textos em suporte digital (numa base de dados), para mais tarde serem recuperados e utilizados noutros artigos. O formato digital é também uma mais valia para que se evitem as gralhas cometidas pelos tipógrafos ou compositores e os amontoados de papel.


A utilização de computadores pelos jornalistas veio dar resposta à crescente necessidade de organização da informação para posterior consulta. Os computadores são assim responsáveis pela gestão da informação, através de programas de bases de dados, que facilitam o trabalho de arquivo efectuado nos meios de comunicação.


Segundo António Fidalgo (professor catedrático da Universidade da Beira Interior) pode e deve-se falar de JAC “muito para além da compreensão e da utilização do computador como máquina de escrever, com a utilização de programas de agenda, de folhas de cálculo, de bases de dados e de estatística”.


Para além do processamento de texto e da sua edição, quando se fala em Jornalismo Assistido por Computador deve-se mencionar a importância dos meios audiovisuais. O computador auxilia a prática jornalística ao permitir editar, armazenar e gerir fotografias, sons e vídeos, à semelhança do que acontece com os textos.



Os computadores, para além da celeridade conferem, ainda, maior mobilidade à informação. Isto porque, os jornalistas podem transportar facilmente a informação armazenada em suporte digital.


Com o aparecimento da Internet o conceito de JAC alterou-se, uma vez que esta proporcionou novas oportunidades aos jornalistas e ao jornalismo. O uso da Internet tornou-se imprescindível para o jornalismo, permitindo:



  • aceder a fontes de informação de locais remotos

  • publicar informações que poderão estar disponíveis à escala global

  • actualizar constantemente a informação

  • contextualizar informações obtidas de fontes directas e próximas

  • receber notícias directamente das agências noticiosas

  • pesquisar variadíssimas informações disponíveis on-line

  • cativar a atenção do leitor, promovendo uma maior interactividade entre este e os media


Segundo Hélder Bastos (jornalista e docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto) “(…) podemos situar a Internet como uma componente essencial do jornalismo assistido por computador, o qual engloba (…) a pesquisa online” e utilizar a rede “como instrumento privilegiado de contacto com as fontes e de pesquisa de conteúdos(…)”.



A Internet criou um novo tipo de jornalismo (jornalismo online) e uma linguagem própria, baseada no hipertexto. Este meio de comunicação permite a difusão de notícias que recorrem com mais frequência aos diferentes elementos multimédia.



O Jornalismo Assistido por Computador aliado à Internet tem em relação ao jornalismo tradicional as seguintes vantagens:


  • Instantaneidade (na produção e divulgação noticiosa)

  • Interactividade (entre o público e os media)

  • Atractividade

  • Produção mais barata

O Jornalismo Assistido por Computador resulta da veemente relação entre o “fazer jornalismo” e as várias tecnologias digitais, sobretudo o computador pessoal e a Internet, sendo bastante promissor para o desenvolvimento do jornalismo na actualidade.

Para saber mais sobre JAC – Jornalismo Assistido por Computador consulte os seguintes links:

http://www.labcom.ubi.pt/jac/
http://www.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/aula7.htm
http://www.fnpj.org.br/grupos.php?det=8 http://www.poynter.org/dg.lts/id.5435/content.content_view.htm

http://books.google.pt/booksid=qQoVcAdGo2sC&pg=PA229&dq=Jornalismo+Assistido+por+Computador&sig=Spq0lSx1VN4weFVCUnXHjB9dEEQ

domingo, 11 de maio de 2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O que é o Twitter?


O Twitter é um serviço de “microblogging”, ou seja, de mensagens online, que permite aos seus utilizadores “postar” pequenas mensagens sobre assuntos que lhes interessem e que, de certa forma, estejam relacionados com o que estão a fazer no momento da publicação. Os utilizadores desta plataforma devem responder, com a publicação de mensagens, à pergunta “What are you doing?”. O “slogan” do Twitter, em português - “O que fazes neste instante”, leva os internautas a publicar mensagens de 140 caracteres, nas quais descrevem aquilo que fazem, lêem, criam, pensam ou sentem.


À semelhança dos blogs, o Twitter (criado em 2006 pela Obvious Corp) alterou por completo a dinâmica da Internet. Mas a sua estratégia de comunicação é bastante mais simples e imediata que a dos blogs. Essa estratégia foi fundamental para o aparecimento de uma comunidade online e de grupos de amigos (que até então eram desconhecidos), que têm vindo a aumentar exponencialmente.


O Twitter veio responder à, cada vez mais evidente, necessidade de comunicar com celeridade, ao encorajar “posts” mais pequenos, não formais e de baixa exigência de tempo, quer ao nível da publicação, que ao nível da consulta.


A utilização do Twitter pode ser por SMS, e-mail, site oficial, RSS ou até mesmo através de um programa especializado. A actualização de conteúdos ou a recepção de avisos pode ser feita por telemóvel. Isso facilita a sua utilização e permite que em muitas zonas ou países onde a rede de telecomunicações está mais desenvolvida que a de Internet, se possa aderir ao Twitter.


A plataforma de “microblogging” pode ser utilizada por várias pessoas, empresas ou até mesmo meios de comunicação social. A estrutura do Twitter permite que se promova uma comunicação/relação não só de indivíduo para indivíduo, como também de empresa para consumidor e ainda uma relação “business to business”.


Nos Estados Unidos o Twitter é bastante utilizado, chegando a ser considerado uma “febre” (determinados assuntos, como por exemplo as presidenciais americanas, geram milhares de mensagens). No entanto em países como Portugal, que resistem à inovação, ainda não teve a adesão das massas, sendo apenas utilizado por um restrito grupo de pioneiros.


Apesar da difícil incrementação do Twitter em Portugal, já muitos media, serviços, e pessoas conhecidas, inclusive jornalistas, se socorrem deste serviço:


Media:

Pessoas:


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Web 2.0



O conceito de Web 2.0 não é consensual na comunidade que se debruça sobre o estudo da Internet. Mas é para todos evidente que a web está a passar por várias transformações e adaptações, que darão origem à segunda geração da World Wide Web.

O conceito surgiu com a troca de ideias da equipa de O’Reilly Media e MediaLive International, em 2004, sendo difundido a partir da publicação, em 2005, do artigo O’Reilly What Is Web 2.0.Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software.
O’Reilly Media torna-se o principal responsável pelo aparecimento do termo Web 2.0, que a Internet coloca à disposição dos seus utilizadores através de um conjunto de serviços que enfatizam a participação dos internautas na colaboração e partilha de informação.
A Web 2.0 coloca à disposição dos internautas serviços / ferramentas como:

Para Tim O’Reilly tais serviços têm por objectivo:

  • tornar a World Wide Web numa plataforma de trabalho;
  • fortalecer a inteligência colectiva;
  • promover a gestão das bases de dados como competências básicas;
  • contribuir para fim do ciclo das actualizações de software ;
  • promover a união entre os modelos de programação e a busca de;
  • simplicidade;
  • não limitar o software a um só dispositivo;
  • contribuir para o enriquecimento das experiências dos internautas

Os utilizadores da web terão assim à sua disposição um ambiente on-line mais dinâmico, no qual poderão organizar os conteúdos de forma activa, deixando de ser meros receptores. Actualmente já muitos sites utilizam as ferramentas disponibilizadas pela Web 2.0.

A polémica gerada em volta do conceito Web 2.0 leva muitos autores do meio a questionarem-se sobre o termo. Segundo Cristobal Cobo Romaní e Hugo Kuklinski, autores do livro Planeta Web 2.0, a virtude da noção utilizada prende-se com a sua capacidade de descrever com precisão e síntese um tipo de tecnologia e os produtos que dela derivam.

Foi, sobretudo, com o aparecimento dos blogs e da Wikipedia que a web sofreu as primeiras grandes alterações, as quais geraram bases para uma escrita colaborativa

O formato inicial da web era bastante limitativo, no que concerne à troca de informações, uma vez que o espaço de publicação de conteúdos era reduzido, sem que pudesse existir uma participação aberta e principalmente gratuita por parte do internauta. A nova web surgiu em parte para colmatar as dificuldades de publicação de conteúdos. Assim sendo, esta poderá tornar-se, a médio ou até mesmo a curto prazo, uma plataforma onde se podem alojar e actualizar com frequência vários conteúdos, como por exemplo softwares gratuitos e legais. Estes conteúdos disponibilizados podem passar a existir na web em vez de se encontrarem no computador do utilizador.

O conceito Web 2.0 gira em torno de vários termos entre os quais se pode destacar o de “inteligência colectiva”. A nova web revoluciona desta forma a participação dos internautas na Internet, que passam a colaborar activamente na publicação de conteúdos on-line. Para Tim O’Reilly as plataformas da web que funcionam com base no termo “inteligência colectiva”, como é o caso da wikipedia, são “uma experiência radical de confiança”, uma vez que qualquer utilizador pode publicar definições ou informações e qualquer outro utilizador pode corrigi-lo. Nesse processo a comunidade de internautas tem um importante papel, na medida em que cabe à comunidade determinar os conteúdos com relevância. A web passa a promover a expansão do saber, através do intercâmbio de experiencias dos seus utilizadores.

Este princípio da web 2.0 levanta ainda um conjunto de questões sobre a segurança e a credibilidade das informações, visto não existirem filtros nas entradas dos conteúdos.

A Web 2.0, com todas as transformações que introduziu na Interne, é responsável pelo enriquecimento das experiências dos internautas. Os conteúdos deixaram de ser meramente textuais e estáticos, passando a ser interactivos, dinâmicos e com uma componente bastante participativa. A alteração na apresentação de conteúdos on-line permitiu a criação de interfaces mais atractivos, de fácil criação e produção que podem ser facilmente personalizados, como é o caso dos blogs, e que se tornaram rapidamente populares.

Os autores do livro Planeta Web 2.0 consideram que “a web 2.0 deve ser vista como uma configuração a três vértices: tecnologia, comunidade e negócio”, nesta perspectiva a Internet contribuirá para o enriquecimento da experiência dos internautas. Isto porque, a tecnologia aliada aos restantes vértices permitirá que os indivíduos aperfeiçoem as interacções com a comunidade on-line e tirem daí grande partido, nomeadamente no que diz respeito à troca de informações. Por outro lado a tecnologia e o seu constante desenvolvimento permite ainda explorar na Internet a vertente relacionada com os negócios. Os indivíduos e as empresas podem realizar, através da web, um vasto conjunto de trocas comerciais, de transacções financeiras e fortalecer os seus contactos quer com os colaboradores, quer com o público. É necessário salientar, que o desenvolvimento da Web 2.0 não é exclusivamente tecnológico, como muitos pensarão, mas tem uma complexa componente social. Assim sendo poder-se-á afirmar que a Web 2.0 não cria colaborações entre as pessoas, mas facilita o intercâmbio e a interacção entre os indivíduos.

A Web 2.0 promove valores de entreajuda, cooperação e trabalho de equipa, pois só desta forma se podem construir comunidades interactivas através de melhores, mais simples e enriquecidos canais de comunicação. A interactividade promovida pela Web 2.0 permitirá “construir um cérebro digital planetário” (Romaní Cristobal, Planeta Web 2.0) tendo sempre presente que a união das inteligências planetárias é importante na medida que enriquece as inteligências individuais.
A exponencial quantidade de informação que circula em rede cria a necessidade de criação de ferramentas orientadas para uma melhor busca e organização da informação.

As vantagens da web 2.0 apresentadas ao longo do texto são incontornáveis, no entanto muitos especialistas criticam este novo conceito, pois consideram que as desvantagens por ele introduzidas são extremamente prejudiciais para a Internet e para as comunidades. Dos inconvenientes que a nova plataforma web apresenta, destacam-se os seguintes:

  1. O aparecimento de novas tecnologias ligadas à Web 2.0 provoca comparações desonestas e interesses por parte das empresas, que procuram impedir a todo o custo que a concorrência, com tecnologias mais económicas e eficientes, se apodere do mercado.

  2. A evolução da tecnologia e do software ligados à Web 2.0 promove uma marginalização socio-económica dos indivíduos que não têm capacidade para se adaptar e aprender as Novas aplicações.

  3. Amadores e charlatães podem com grande facilidade promover uma escrita colaborativa, contribuindo para a disseminação de informações falaciosas.

  4. Os jovens que tem uma alfabetização digital, predominantemente dos países desenvolvidos, constituem audiências voláteis, sem respeito pelos direitos de autor e sem permeabilidade para receber publicidade intrusiva

  5. Por outro lado os jovens, geralmente dos países em desenvolvimento, que não têm acesso às novas tecnologias da web sofrem de “infoexclusão”

  6. A existência de uma exponencial quantidade de informação on-line, sem qualidade e de pouca confiança, faz com que os internautas acabem por não estar informados, devido à dificuldade de seleccionar as informações pertinentes e importantes.

A evolução da web 2.0 só agora teve início, por esse motivo os estudos realizados os mapas de interacções apresentados por muitos autores rapidamente podem ficar desactualizados, visto a web ser um meio volátil, as aplicações digitais e as interacções estabelecidas pelos utilizadores alteram-se permanentemente.

terça-feira, 11 de março de 2008

Google Reader



O Google Reader é uma plataforma na Web, criada pela empresa Google – em Outubro de 2005, através da qual o seu utilizador pode fazer uma leitura de feeds (RSS)*. Os internautas podem, ainda, compartilhar com os seus amigos e familiares os itens que consideram interessantes.
Este interface torna a navegação na Web mais fácil e divertida, contribuindo para uma maior eficiência na sua utilização.
O Google Reader funciona em qualquer lugar, gratuitamente, sem que seja necessário instalar qualquer tipo de software.


* Feeds (RSS) – listas de actualizações de conteúdos de um determinado site e/ou blog. Os utilizadores do Google Reader estão, permanentemente, actualizados sobre as publicaçõs dos sites ou blogs que pretendem lendo-as, imediatamente, sem ter de os visitar.